Os dois policiais que estavam na viatura, onde uma mulher foi morta pelo ex-companheiro em Teófilo Otoni (MG), estão afastados das funções. Segundo o comando do 19º Batalhão da Polícia Militar, eles também vão responder a processos de caráter administrativo e penal. No sábado (07/10/2017) os policiais conduziram, no mesmo compartimento da viatura, uma mulher e o ex-companheiro que ela havia denunciado. Com uma faca que levava escondido no tênis, o homem atingiu o pescoço da vítima, que morreu na hora. Ele foi preso.
O comandante da Polícia Militar de Teófilo Otoni (MG), tenente coronel Fábio Marinho dos Santos, deu detalhes dos procedimentos que foram tomados depois do homicídio registrado dentro da viatura. “Eu considerei a situação como crime militar e, imediatamente, os dois foram presos em flagrante por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – e comuniquei a situação à Justiça militar. No domingo, a Justiça militar concedeu alvará de soltura, dando aos militares o direito de responder ao processo penal em liberdade”.
Ainda segundo o comandante, os militares vão responder um processo administrativo e estão afastados por oito dias das funções operacionais para acompanhamento psicológico. Medidas disciplinares também vão ser tomadas no âmbito da Polícia Militar. “Eles vão responder por negligência e omissão. Negligência por não cumprirem os procedimentos padrões na revista do conduzido e omissão por permitirem que a vítima e denunciado fossem levados no mesmo compartimento da viatura”, esclareceu.
O corpo de Laís Andrade Fonseca foi enterrado neste domingo (8) em Pavão (MG). O ex-companheiro permanece preso no presídio de Teófilo Otoni (MG).
Entenda o caso
A atendente de 30 anos foi assassinada pelo ex-companheiro, no sábado (07/10/2017), dentro de uma viatura da Polícia Militar em Teófilo Otoni (MG). Laís Andrade Fonseca foi golpeada no pescoço com uma faca. O suspeito do crime, Valdeir Ribeiro de Jesus, de 34, que estava com a vítima no banco traseiro e sem algemas, tentou se matar após o ato criminoso.
De acordo com a PM, Laís Andrade havia acionado a corporação para denunciar que Valdeir Ribeiro teria instalado uma câmera no banheiro da casa dela, em Pavão (MG). Ao finalizar o registro da ocorrência, a vítima solicitou que o ex-marido fosse liberado, porque não tinha intenção de prejudicá-lo e pretendia reatar o relacionamento. No entanto, a Delegacia de plantão orientou os militares a conduzir o homem e a mulher para que o material apreendido pudesse ser periciado, uma vez que poderia conter imagens de um menor.
Conforme a PM, Valdeir não apresentava comportamento agressivo, não proferiu ameaças e não possuía histórico de agressão. Por isso, depois de ser submetido à busca pessoal, ele foi colocado no banco traseiro da viatura, sem algemas, junto com a mulher.
Durante o deslocamento até Teófilo Otoni, segundo a PM, o casal permaneceu tranquilo e dormindo. No entanto, assim que acessou a BR-116, Valdeir acordou, se apossou de uma faca e atingiu Laís. Em ação contínua, o homem golpeou o seu próprio pescoço por duas vezes e pulou da viatura em movimento, sofrendo várias escoriações.
Os dois militares, que faziam a condução, pararam a viatura e efetuaram a prisão do suspeito, que se encontrava em fuga. Em seguida, levaram a vítima até a unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e pediram ajuda para socorrê-la. A mulher não resistiu e veio a óbito.
Como o suspeito entrou com uma faca na viatura?
O delegado Eduardo Gil esclareceu como o homem conseguiu entrar armado na viatura. “Ele passou por uma busca pessoal, com é feito de praxe, mas antes de seguir viagem pediu para passar em casa para pegar alguns documentos. Foi neste momento que ele pegou uma faca e escondeu dentro do tênis. Situação que não foi notada pelos militares, nem pela ex-companheira”, explicou Eduardo Gil.
Ainda segundo o delegado, durante os fins de semana e feriados funciona o esquema de plantão regionalizado. Trabalha apenas a principal unidade da Polícia Civil de determinada região. Desta forma, em casos de flagrantes nas cidades que compreendem esta região, os envolvidos precisam comparecer à Delegacia Regional para prestar depoimento.
fonte:aconteceu no vale.
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